Núcleo Palestina do PT: Uma voz por mudanças radicais na política externa brasileira

por | jul 19, 2025 | Uncategorized | 0 Comentários

Em entrevista ao canal “Diálogos do Sul” pelo Jornalista Paulo Cannabrava, nesta quinta-feira (17), a biomédica, pedagoga e coordenadora do Núcleo Palestina do Partido dos Trabalhadores (PT), Teresinha Pinto, trouxe à tona a atuação e a importância do grupo na defesa da causa palestina. 

Com três décadas de militância e ex-consultora do sistema ONU para programas de educação preventiva, Terê detalhou os desafios e as conquistas do Núcleo, que pressiona por um rompimento das relações comerciais do Brasil com Israel.

A fala de Terezinha Pinto destacou-se por sua clareza, abordando a luta pró-Palestina no cenário político brasileiro. 

A coordenadora explicou que o Núcleo, nasceu da necessidade de um espaço para aprofundar a formação e a argumentação dos militantes do PT sobre a causa palestina. 

O grupo, composto por membros do partido e simpatizantes de diversos estados, busca sair da “bolha” e atingir o senso comum, desconstruindo a narrativa sionista, preconceituosa e dominante na mídia brasileira. 

A atuação do Núcleo se estende para além das discussões internas do partido, englobando a organização de atos, produção de materiais de formação e articulação com movimentos internacionais e a sociedade civil, inclusive através de eventos culturais como feiras e saraus, e aulas públicas.

Terezinha Pinto apontou conquistas significativas do Núcleo, como o embargo de compras militares com Israel por parte do governo federal – uma vitória política apesar da resistência de setores como o Ministério da Defesa. 

Outro avanço notável é a parceria com o Ministério da Educação e Cultura para a criação de um curso sobre a questão palestina para professores da educação básica, via Centro de Estudos Palestinos da USP. 

No entanto, ela ressalta os desafios, como a forte presença sionista em instituições de ensino e governos estaduais, citando o caso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e sua manutenção de convênios militares com Israel. 

A luta contra a cooptação de grupos evangélicos pelo sionismo também foi mencionada como um ponto de preocupação e trabalho do Núcleo.

Um dos pontos centrais da entrevista foi a discussão sobre o rompimento das relações com Israel. Embora o Núcleo Palestina inicialmente defendesse o rompimento diplomático total, a coordenadora revelou que a posição foi ponderada. Devido à necessidade de assistência a 78 brasileiros palestinos presos em Israel e às operações de resgate de cidadãos, a manutenção de funcionários na embaixada se faz crucial por questões humanitárias. 

Contudo, o grupo segue defendendo o rompimento das relações comerciais, argumentando que isso seria um golpe econômico significativo para Israel, uma vez que o Brasil importa pouco de Israel, mas este último importa muito do Brasil. 

Teresinha Pinto destacou que o governo Lula 3 está sendo chantageado pelo congresso nacional, mas elogiou a postura do presidente em ser o primeiro chefe de Estado a condenar o genocídio e apoiar a causa palestina, ressaltando que, para um avanço maior, é fundamental uma mobilização popular massiva.

O Núcleo Palestina do PT se posiciona como uma força ativa e crítica dentro do partido, buscando alinhar a política externa brasileira aos princípios anticoloniais e de direitos humanos. 

A atuação do grupo é essencial para manter a pressão sobre o governo e a sociedade, a fim de que a solidariedade ao povo palestino se traduza em ações concretas. 

A coordenadora reforçou a importância da mobilização popular para impulsionar o governo para a esquerda em temas cruciais como a questão palestina, reiterando que o partido, mesmo em meio a uma conjuntura política acirrada, tem o dever de lutar por uma política externa mais justa e soberana.

A entrevista com evidenciou a resiliência e a determinação do Núcleo Palestina em sua missão de conscientizar e mobilizar, reafirmando que a luta pela libertação da Palestina é um dever global e uma questão de soberania nacional para o Brasil.

Assista a entrevista em: 

Natália Araújo 

Jornalista e Assessora de Imprensa

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